segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Rio 2016, dia 21/8: Brasil fecha Olimpíadas com ouro no vôlei e cerimônia inesquecível

Chegamos ao último dia dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com a expectativa de Brasil x Itália, a grande final do vôlei masculino de quadra. O time do Bernardinho, que começou tropeçando e quase não passou de fase, teve o mesmo destino da seleção feminina de 2012: acabou levando o ouro! Foi mais um 3x0, mas com três sets muito disputados. A emoção dos jogadores, especialmente do líbero Serginho, de 40 anos, fez com que todos nos emocionássemos e comemorássemos muito esta vitória. Bernardinho literalmente tirou leite (ou ouro) de pedra, já que este time, apesar de talentoso, não é tão forte quanto o da geração anterior.


Leo e eu começamos a assistir o jogo no botecão chinês da Santa Clara, terminamos em casa. Depois ainda deu tempo de ver a surpreendente vitória da Dinamarca sobre a França no handebol. A França é considerada o dream team da modalidade, tendo vencido as últimas duas edições das olimpíadas. No basquete masculino, os EUA não tomaram conhecimento da Sérvia e adicionaram mais um ouro para a coleção. O Quênia levou a melhor na maratona.

Lá pelas 17 horas, saímos rumo ao Maracanã para a cerimônia de encerramento, o que foi possível graças à desistência de familiares dos amigos Budal e Fábio. Serei eternamente grato!

O metrô estava tranquilo, bem diferente do dia da final do futebol feminino. Obrigado, Senhor!

Apesar da chuva e de um pouco de frio, entramos, tiramos fotos e nos surpreendemos com os nossos assentos: bem ao lado da espetacular pira olímpica, algo de uma beleza rara. Não dava vontade de parar de olhar.

Eu não consigo criticar nada no show. Estava em um estado de êxtase tão grande que me emocionei em diversos momentos e curti cada segundo. Não tinha como evitar as lágrimas que vinham aos olhos de tempo em tempo. A valorização da nossa música, da cultura do Nordeste e do Norte, das nossas tradições. A entrada dos atletas. O momento emocionante (e triste) em que o fogo olímpico foi apagado. O final apoteótico com muito samba, dança e cores.

Logo na entrada, uma voluntária viu que estávamos tirando fotos e se ofereceu para tirar. Fez com a maior boa vontade, até sair perfeita. Disse a ela que, além dos atletas, as grandes estrelas desses jogos foram eles (os voluntários) e os soldados das Forças Armadas. Se emocionou, mas é a mais pura verdade. Quanta gratidão a todos eles por 17 dias tão maravilhosos!

Ao sair, novamente nos encontramos em frente a estátua do Bellini e confraternizamos com Budal, Fábio, Lisa e Silvinha. Todos amaram e foram só elogios. Fomos comer uma pizza juntos. E se para nós tudo acabou em pizza, para o Rio de Janeiro e o Brasil, não! Foi diferente. Apesar de não ouvirmos a famosa frase "estes foram os melhores jogos de todos os tempos", sabemos que foi lindo, organizado, que mesmo que mais simples que Pequim ou Londres, encantou e calou milhões de bocas pelo mundo.


Os jogos me fizeram constatar que apesar das críticas que fazemos ao que há de errado no nosso país, e estamos falando de muitas coisas, temos uma cultura riquíssima, gente que trabalha duro e de forma correta para que o futuro seja melhor, e um potencial incrível para sermos a grande nação que podemos ser. É um amor infinito que eu sinto por essa terra. Tenho certeza que não estou sozinho nessa.

E sobre o desempenho dos nossos atletas? Mesmo não tendo sido o esperado, foi, de longe, o melhor desempenho do Brasil. 7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes, décimo-terceiro lugar pelo critério de mais medalhas de ouro e décimo-segundo por número total de medalhas conquistadas.


Como comentou o amigo Carlos Amoedo, tratando-se de uma país que não é nem Top 80 quando os tópicos são saúde e educação, o resultado foi realmente excelente. Mais dois ouros, que poderiam ter vindo do vôlei feminino, do judô, ou de algumas das pratas conquistadas, e já teríamos sido top 10. Ficamos no mesmo patamar de Austrália, Itália, França, Coréia do Sul. Lembremos do seguinte: em Barcelona, em 1992, ganhamos 2 ouros e 1 prata! Em Sidney, em 2000, apenas 1 ouro! A evolução é evidente e só podemos torcer para que continue, como aconteceu com Coréia e Espanha após terem sediado os jogos.

Se formos falar dos países em desenvolvimento, por exemplo, só fomos superados pela China. Nas Américas, no critério ouros o Brasil foi vice atrás dos imbatíveis norte-americanos, enquanto no critério total de medalhas, ficamos em terceiros, depois de EUA e Canadá. Isso é fato inédito! Cuba e Jamaica, por exemplo, ficaram para trás.


O Reino Unido superou a China no critério ouro, algo que ninguém esperava. Potências olímpicas do passado como Finlândia, Noruega, Romênia e Bulgária, tiveram desempenhos pífios. A Finlândia, por exemplo, só ganhou um bronze.

Me policiei para não deixar de escrever no blog todos os dias com a simples intenção de manter a memória de tudo isso viva. O mais maravilhoso foi poder ter compartilhado todas essas experiências com tantas pessoas que eu amo, algumas que foram aos jogos comigo, outras que acompanharam de longe, mas sempre conectadas.

Quero também destacar o carisma e gingado do Vinícius, nosso mascote que esteve tão presente nas competições. Ele entra para o roll dos melhores de todos os tempos, ao lado do Misha (Moscou 1980).

Gostei da brincadeira e quero mais! Tóqui, me aguarde! Mas ter curtido os jogos em casa, na cidade mais maravilhosa do planeta, foi único e inesquecível. Se a nossa alma é mesmo eterna, nem os milênios apagarão as memórias de dias tão marcantes, intensos e especiais. Que todos aqueles que visitaram o nosso país e participaram deste espetáculo voltem para as suas nações com boas lembranças e a boa energia de semanas realmente mágicas!

Instagram: @hffontes

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